Inovação: três diferentes tipos de geração de valor
Ana Diamante

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Empreendedorismo

Inovação: três diferentes tipos de geração de valor

02/12/2021 - 19:19
Inovação: três diferentes tipos de geração de valor

Vivemos em uma época em que tudo é inovação. Toda e qualquer pequena mudança ou alteração no modelo atual é chamada de inovação. Confesso que vivo percebendo, inclusive, o emprego da palavra de forma totalmente equivocada - o que faz parte do nosso processo de aculturamento como sociedade.  

A forma como consumimos produtos, serviços e até conteúdos tem sido alterada por empresas ao redor do mundo. É um mercado em constante transformação. Nesse contexto, a palavra inovação acaba sendo usada para representar todas essas mudanças. Naturalmente, quando um conceito é utilizado para explicar tudo, então ele passa a não significar nada e perde seu valor. Por isso, vamos esclarecer um pouco mais sobre este tema e trazer significado real ao conceito. 

Na grande maioria dos casos, percebemos a inovação sendo entregue por uma tecnologia: um aplicativo, um software, um aparelho ou o conjunto deles. Mas você já parou para pensar nas inovações ligadas a modelos de negócio e a processos, para além de produtos e serviços? 

Até entendo que boa parte dessas inovações terão como chassi de mudança alguma tecnologia, mas é possível sim pensar em inovação de maneira mais ampla, e que não necessariamente traz o atributo tecnologia atrelado a ela.  

Quero abordar, neste texto, três tipos de inovação e mostrar como colocá-los em prática, gerando assim valor para o seu negócio e para os seus clientes. Empreendedores, quero desafiá-los a pensarem em inovação em produtos sim, mas também em processos e modelos de negócio inovadores.  

Inovação de Produto 

Inovação de produto é o desenvolvimento e introdução no mercado de um bem ou serviço novo, redesenhado ou totalmente melhorado. Talvez nos últimos anos um dos produtos que mais sofreu inovações, e que vem mudando o seu emprego/uso em toda sua comunidade de apaixonados, foi o tênis para corrida.  

Eles ficaram mais leves, mais próximos do chão, utilizam materiais mais resistentes, mais respiráveis, empregam espuma ultraleve, mas de longe a principal inovação está na utilização das placas de carbono acopladas a eles e que os tornam muito mais responsivos. Esta novidade projeta o corredor à frente na corrida, tornando o processo de correr muito mais eficiente (maior resultado de propulsão com menos esforço e menor desgaste muscular).  

Uma experiência interessante para entender sobre o que estou falando é fazer o comparativo entre os tênis de corrida da década passada com os atuais: eles são absolutamente diferentes em termos de peso, formato e ergonomia.

Um outro exemplo interessante na Inovação de produto são os leitores eletrônicos de livros (aqueles do tipo Kindle). Com eles, é possível levar centenas de livros em um pequeno aparelho, sem um grande volume de peso, disponíveis para serem consumidos a qualquer momento. 

Esse produto (que varia de um aparelho físico a um app) disruptou totalmente o modelo tradicional que utilizava milhares de quilos de tinta e papel, além do problema logístico para andar com todos eles por aí, ou até mesmo o espaço físico dentro da sua casa.  

Inovação em processos  

Diferente dos modelos de inovação de produto, que são facilmente percebidos pelo usuário, a inovação em processos não é tão perceptível assim para o seu cliente final. Ela normalmente está atrelada a uma mudança na manufatura e produz aumentos significativos nos níveis de produção e redução de custos (gerando eficiência), ou na forma de se fazer um determinado procedimento que outrora dependia de um ambiente físico e passa a ser usado um processo totalmente digital e facilmente repetitivo (escalável).  

Um exemplo interessante de inovação em processo está nas esteiras de manufatura de peças para carro, onde um sistema automatizado diz se uma determinada peça está dentro da especificação desejada (usando para isso sensores de leitura e mensuração). Se a peça estiver dentro do padrão, ela passa para próxima fase; se não, é descartada ali mesmo, sem o auxílio da percepção e julgamento humano, somente com o emprego de sistemas automatizados. 

Outro exemplo é o processo para emissão de documentos de uso pessoal, tipo RG e CPF. Lembrem o quanto era difícil no passado tirar um documento desses e que, para isso, era necessário juntar muitos documentos, ir até à delegacia de polícia, ou algo que o valha, de posse da papelada e iniciar o processo que demorava dias e dias até a entrega do documento (filas, carimbos, erros, idas e vindas, ou seja, ineficiência total). 

Hoje esse processo mudou absolutamente. Está digitalizado, o que garante repetibilidade e ganhos significativos de escala, onde o benefício além da agilidade é a capacidade de rastrear todo o fluxo e identificar, digitalmente, em que fase do processo seu pedido está.  

Inovação em Modelo de Negócio 

A inovação do modelo de negócios é a capacidade de agregar valor, trazendo mudanças na entrega e na proposta de valor da empresa. Esse é o tipo de inovação que as startups e empreendedores estão buscando fortemente, pois ela reposiciona sua marca numa visão de futuro, trazendo como atributo central a geração de valor econômico de longo prazo ao invés de somente uma visão financeira, de resultado imediato, de curto prazo.  

Um exemplo emblemático de inovação em modelo de negócios é o da britânica Rolls Royce.  O modelo antigo de atuação da empresa era focado na venda de motores para aviões: as empresas compravam o produto (motor) e para isso dispendiam um volume muito grande de dinheiro como investimento. O novo modelo de negócio é focado na performance. A empresa cobra pelas horas que a companhia aérea utiliza o motor e nesse valor já estão incluídos itens como: manutenção, reparo e todo modelo de gestão e performance. 

O motor continua sendo da empresa Rolls Royce e as companhias aéreas pagam apenas pelo volume de funcionamento deles, o que garante à fabricante um fluxo de receita recorrente e reduz o dispêndio de dinheiro inicial para as companhias aéreas. 

Portanto, quando pensamos em inovação, não necessariamente teremos uma tecnologia atrelada diretamente a ela, mas podemos inovar na forma de entrega do produto ou serviço. 

 

Fonte: Whow

"Não importa de onde você saiu e onde você está, o que realmente importa é onde você quer chegar!”
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